sexta-feira, 9 de março de 2007

palaístra

Isobel Campbell & Mark Lanegan - Honey Child What Can I Do





pela 24 de maio, quase 4 da manhã,
atravessado entre a dantas e a chile
repousa metade de um corsa sedan
a outra: ainda dentro do uno mille.

se eu fosse esperto, veria as coisas como são.
não sendo e nada vendo, daqui ao raio que o parta,
(assistência, cachorro ou vítima sujando o chão)
tiro disso meu atino: "ainda bem que é só quarta.
fosse sábado era eu ali, no colo do cramunhão."

foi isso. uma bela ausência prima em volta,
credencial una, vitaminando o silêncio de antes.
e sem supervisão me conheço: pogo até polka
pela canaleta, miudinho, Tom Waits nos falantes.

portanto farejo esse vácuo, que cicia "encoste"
enquanto reduzo e sigo a pintura escura, retorcida
que tolda, espatifa, redistribui a luz do poste.

páro, largo um peido e saio
me aproximo da primeira, (linda à luz esmaecida)
abaixo (fico bem como lacaio)
e sinto pelo estalo o capô ainda quente.

e lhe digo, fechando curto entre os dentes

já com a voz enrouquecida:

- concordo.

concordo, minha querida.

concordo plenamente.