pela 24 de maio, quase 4 da manhã,
atravessado entre a dantas e a chile
repousa metade de um corsa sedan
a outra: ainda dentro do uno mille.
se eu fosse esperto, veria as coisas como são.
não sendo e nada vendo, daqui ao raio que o parta,
(assistência, cachorro ou vítima sujando o chão)
tiro disso meu atino: "ainda bem que é só quarta.
fosse sábado era eu ali, no colo do cramunhão."
foi isso. uma bela ausência prima em volta,
credencial una, vitaminando o silêncio de antes.
e sem supervisão me conheço: pogo até polka
pela canaleta, miudinho, Tom Waits nos falantes.
portanto farejo esse vácuo, que cicia "encoste"
enquanto reduzo e sigo a pintura escura, retorcida
que tolda, espatifa, redistribui a luz do poste.
páro, largo um peido e saio
me aproximo da primeira, (linda à luz esmaecida)
abaixo (fico bem como lacaio)
e sinto pelo estalo o capô ainda quente.
e lhe digo, fechando curto entre os dentes
já com a voz enrouquecida:
- concordo.
concordo, minha querida.
concordo plenamente.